terça-feira, 7 de agosto de 2018

Abandono de terras

O que está acontecer em Monchique, com o incendio que desde sexta feira já consumiu milhares de hectares de floresta, tem muito a ver com o abandono de terras. Sou uma das pessoas que, por motivos profissionais, conhece em pormenor praticamente todos os recantos das serras algarvias.  Enquanto o meu querido amigo, engenheiro Horta Correia, teve saúde, fizemos em parceria muitas avaliações de imóveis. Normalmente, estas avaliações eram solicitadas por famílias que pretendiam fazer partilhas. Projectos florestais eram também o nosso forte. (Apoio ao Desenvolvimento Rural/ Proder) nos quais eu ainda trabalho.
O local onde se deu o inicio do incendio, Perna da Negra, Monchique, é bem conhecido por mim. É sair de Monchique em direcção a Aljezur e alguns quilómetros depois virar à esquerda. De seguida é só descer mais quatro ou cinco quilómetros, até ao barril de pólvora. A família, proprietários dos terrenos e que solicitou os meus serviços, avisou que os acessos às terras era difícil e que antigamente estava tudo cultivado pelos velhotes da altura. Pois, o mato e as silvas eram tão agressivas que não consegui entrar. Ainda não terminei o trabalho, mas passando o calor, lá irei para ver tudo queimado e com o acesso facilitado, pelo fogo. O abandono das terras pelos herdeiros é uma constante. É pena. Voltarei ao assunto lá para Outubro
Leonel Granja

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